Edith Giovanna Gassion nasceu em Dezembro de 1915, na miséria. Reza a lenda que a sua mãe, Anetta, deu à luz sob um poste. O pai era artista de rua e raramente estava em casa. Edith era uma menina mal alimentada e muito frágil. Diz-se que a sua mãe lhe colocava vinho tinto no biberão... Entretanto, rebenta a Primeira Guerra Mundial e Alphonse é convocada. Entregue aos cuidados de uma mão negligente, a menina foi abandonada, passando a viver na rua com outras crianças. Dois anos depois, o pai regressa e Edith é enviadapara a Normandia, para casa da avó paterna, que dirigia um bordel. Mais feliz, a menina é vítima de uma doença - ceratite - que lhe rouba a visão. Os médicos recomendaram-lhe repouso e muita higiene, pois o tempo encarregar-se-ia de fazer o resto. Anos depois, ela voltou a ver e as "meninas" da dona do bordel acreditavam que a cura foi um milagre. Em 1922, filha e pai abandonaram a Normandia. De regresso a Paris, Edith e Alphoonse ganhavam a vida a actuar pelas ruas de França. Privada de uma infância normal, Edith chegou à adolescência marcada pela vida.
Cansada, passou a cantar em dupla com a amiga Simone Berteaut. Aos 17 anos, apaixonou-se e deu à luz uma menina, que morreu dois anos mais tarde.
Consta que, para pagar o funeral, Edith prostituiu-se. Infeliz, era na rua que expressava a sua tristeza com uma voz poderosa. Numa tarde fria e Outono, Louis Leplée, director do Cabaré Le Gerny`s, ouviu a sua voz e rendeu-se ao seu talento.
Quer saber mais? Como Edith se torna a voz do século XX? Assista ao espectáculo PIAF, de Pam Gems, encenado por Filipe La Féria, no Teatro Politeama.
